Em diálogo aberto com o pensamento e a prática poético-política do seu amigo Ailton Krenak, a quem chama de “parente”, Ricardo Aleixo propõe um exercício de imaginação coletiva acerca do Brasil que tenha como base uma “hipótese indigenafro”, ou “afroameríndia”, em oposição à letal rigidez dos modelos tecnobucráticos de gestão do País e do mundo. Trata-se de uma fala radical, porque derivada da ideia de uma “raiz que voa”, esse outro nome dado pelo poeta à esperança, aqui entendida não como uma das três virtudes teologais, conforme a premissa cristã, mas como uma ação quotidiana da esperança.