18.11.19 – Segunda feira

13h

Abertura Oficial

 

14h30

Exibição do filme:

Makota Valdina

(work in progress)
César Guimarães e Pedro Aspahan, Saberes Tradicionais, 52′, 2019

Apresentação: César Guimarães e Pedro Aspahan (UFMG)

 

15h30 – 17h30

Filmes em processo

  1. Yãmĩyhex: as mulheres-espírito
  2. Nũhũ yãgmũ yõg hãm: essa terra é nossa!
  3. Yõg ãtak: meu pai, kaiowá   

Roberto Romero (Museu Nacional/UFRJ, Filmes de Quintal)

 

A Flecha e a farda

Miguel Ramos (USP)

Mediação: Fábio Rodrigues Filho (UFMG)


19.11.19 – Terça feira

9h30 – 12h

Intervir na história

Filme a filme, o cinema cria formas de aproximação e distanciamento, elaborando uma dupla e dialética demanda diante da história: de um lado, ele é chamado a intervir em seu curso, seja por meio da produção e circulação de imagens disruptivas, nascidas do interior dos conflitos, seja da construção de estratégias de contrainformação que façam frente às versões dominantes; por outro lado, por meio de seus recursos de linguagem – o enquadramento e a montagem entre eles – o cinema permite narrar e perspectivar os eventos, valendo-se da produção e elaboração de arquivos visuais e sonoros. Aqui, nos interessa indagar os modos como filmes em específico se aliam, direta ou indiretamente, às causas políticas, não apenas para registrá-las, mas para, ao conferir a elas uma forma (ficcional ou documentária), participar de sua constituição e de seu curso. Interessa-nos pensar em metodologias de pesquisa que permitam apreender o entrelaçamento entre as experiências políticas e os procedimentos fílmicos, com atenção às formas, aos processos, às estratégias, aos gestos e às relações que engendram as imagens.

Amaranta Cesar (UFRB): “Cinema em Cachoeira: uma experiência de pedagogia cinematográfica como intervenção na história”

Luiz Gustavo Pereira de Souza (UFS): “Sobre tortura e memória, corpos e narrativas nos documentários brasileiros contemporâneos”

Maria Inês Dieuzeide (UFC): “O que resta é o cinema – Formas para uma presença ausente”

Vinicius Andrade (UFMG): “A dimensão pedagógica dos filmes de luta urbana”

Mediação: Julia Fagioli (UFMG)

14h – 16h

Imagens no encontro de saberes

Nesta mesa, gostaríamos de pensar o cinema como lugar de inquietação epistemológica. À medida em que passa a abrigar a auto-inscrição de sujeitos e coletivos (muitos deles, historicamente invizibilizados ou tomados como objetos das imagens), o cinema é demandado a elaborar o encontro e a coabitação entre saberes de distintas tradições. Nessa elaboração, é a própria concepção de imagem, tal como forjada pela modernidade ocidental da qual o cinema participa (e contribui para transformar), que se vê confrontada e alterada por outras concepções, sejam de matriz indígena ou afro-diaspórica.

Alex Ratts (UFG): “Transatlanticidade, quilombo e imagem: a perspectiva de Beatriz Nascimento no filme Orí”

Rosângela de Tugny (UFSB): “Aprender com quem aprende com as imagens”

Wagner Leite Viana (UFMG): “Vida e morte na imagem”

Mediação: Breno Henrique (UFMG)

16h30 – 18h

Curadoria e invenção política

A aposta desta mesa é de que o trabalho de curadoria seja capaz de abrir possibilidades concretas de intervenção política, na medida em que articule a pesquisa formal e estética aos processos de visibilidade à experiência social de sujeitos e grupos historicamente marginalizados. Junto às investigações no âmbito das representações (tendo a invenção formal e expositiva como lugar de inquietação), o trabalho de curadoria pode contribuir para a reparação de danos históricos, repensando e reconfigurando práticas que não cessaram de produzir exclusões e apagamentos. Propõe-se aqui retomar criticamente epistemologias modernas que têm amparado práticas curatoriais e institucionais no campo do cinema e das artes para, a partir do cotejo com experiências contemporâneas, refletir sobre suas condições, possibilidades e seus limites.

Beatriz Furtado (UFC): “Repetir, abrir em imagens, curar”

Janaina Barros (UFMG): “Epistemologias comunitárias: arquivo em arte contemporânea de autoria negra como exercício curatorial colaborativo”

Julia Rebouças (curadora): 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão

Mediação: Luiz Rangel (UFMG)


20.11.19 – Quarta feira

9h – 12h

Cinema e educação: olhares reversos

Para além de seu uso meramente instrumental, o cinema é capaz de se relacionar com os processos educativos – na escola formal ou em experiências autônomas informais – transformando-se e sendo, ele também, transformado por esses processos. Em contextos educacionais, filmes convocam uma atenção ao olhar: como olhamos para as imagens, como elas nos permitem olhar para o mundo, como, ao ver as imagens, nos percebemos vendo. A ampliação do acesso às técnicas e tecnologias de produção e exibição de imagens possibilita à educação exercitar o olhar, indagá-lo e, por meio dessa indagação, nos posicionar no mundo, refletindo continuamente sobre esse posicionamento.

Cássia Cristina | Makota Kidoiale (Manzo Ngunzo Kaiango): “A afrobetização nos terreiros e quilombos”

Glaura Cardoso (UFMG, Associação Filmes de Quintal): “Lá longe, aqui perto”: práticas do inventar com estudantes da rede pública de ensino de Belo Horizonte

Maria Beatriz Colucci (UFS): “Experiências do Nice/UFS: formação de professores, cineclubismo e criação audiovisual”

Clarisse Alvarenga (FAE-UFMG): “Aprender com o cinema em território Xakriabá”

Mediação: Nicole Batista (UFMG)

14h – 16h

Performance, memória, fabulação

Nessa mesa, gostaríamos de enfatizar a presença do corpo em performance na produção de cinema, literatura e artes visuais contemporâneos no Brasil: como essa presença herda ou descontinua processos anteriores? O que ela nos permite dizer das demandas poéticas e políticas atuais? Que elaborações da memória o corpo em performance cria de modo a produzir engajamentos presentes? Que processos de fabulação o corpo em performance produz, a partir  da auto-inscrição de sujeitos negros e negras? Que interpelações e tensionamentos essa performance cria diante da experiência histórica e estrutural do racismo?

Ricardo Aleixo (poeta): “Saber ser folha e floresta: a respeito de alianças”

Kênia Freitas (UNESP): “Afrofabulações críticas no cinema negro contemporâneo”

Tatiana Costa (UNA e UFMG): “O arredor do corpo-ficção: sobre ausências e sobre invenções de pertencimento”

Mediação: Alessandra Brito (UFMG)

16h30 – 18h

Imagens da insurgência na América Latina

A história do cinema e das artes visuais na America Latina é atravessada por movimentos de insurgência política, produzindo obras políticas que, em seu engajamento, respondem incessantemente à exigência da invenção formal. Nesta mesa, pretende-se retomar experiências históricas para refletir sobre o que elas nos dizem sobre o presente, as formas de engajamento e de invenção que ele nos demanda.

Pablo Sallas (cineasta e ativista): 

Maria Angélica Melendi (EBA-UFMG): “Sobre a infância, andar, regeneração e morte de um homem infame”

Victor Guimarães (UFMG): “Nuestra voz de tierra, memoria y futuro: o povo acordado e suas mil formas”

Mediação: Aiano Benfica (UFMG)

Encerramento:

Performance Paulo Nazareth