por Ângela Prysthon

O cinema realizado em Pernambuco vem delineando de maneira enfática a preocupação com o espaço, especialmente através de ficções e documentários que elaboram sobre as transformações na paisagem da região e nas cidades (sobretudo o Recife). A nossa comunicação pretende analisar essa relação com o espaço no cinema contemporâneo realizado em Pernambuco a partir de quatro filmes: Avenida Brasília Formosa (2010), de Gabriel Mascaro; O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho. Eles Voltam (2013), de Marcelo Lordello, e Brasil S/A (2014), de Marcelo Pedroso. São filmes de naturezas, texturas e gêneros distintos, mas que parecem ter em comum a produção de imagens de transição, que registram a desaparição de formas de vida, as mudanças na paisagem e as ruínas tanto dos velhos modos de vida como das novidades do capitalismo predatório que de certo modo já nascem obsoletas. Um dos nossos objetivos é também discutir qual o papel do que podemos chamar de “imagens de desaparição” (de paisagens, de cidades, de pessoas, de hábitos) na constituição e afirmação do cinema regional no Brasil.

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